Brincar é descobrir o mundo
Como
professor de Educação Física há quase 20 anos, tenho percebido durante esse
tempo a inquietação e insatisfação de professores e pais quanto a não atingirem
as expectativas de uma educação de qualidade junto às crianças. E da parte das
crianças por não conseguirem entender as habilidades e competências da forma
esperada pelos pais e professores. Pais e Professores devem ficar se perguntando: existe uma maneira mais eficiente e prazerosa, para que os dois lados do
processo fiquem satisfeitos?
Por experiência
e através da enorme quantidade de literatura existente sobre o tema da
ludicidade e do brincar e dos seus benefícios sobre o ensino e a aprendizagem,
eu diria a vocês pais e professores que sim, há um modo eficiente e prazeroso de
se atingir bons resultados no ensino e aprendizagem das crianças: O BRINCAR.
Olha
só, o brincar, é parte importante da infância, e podemos usar várias formas de
levar as crianças ao conhecimento. Tornando-o vivo, atraente e, principalmente,
significativo. Quando brinca, a criança vivencia todas as regras e fundamentos da
vida social, e isso a ajuda a organizar seu mundo, seus sentimentos e aprender
sobre o grupo do qual faz parte.
Brincando,
a criança consegue descobrir que existem fenômenos que agem sobre os objetos e
sobre ela mesma, começando a ter noções de Física, mesmo antes de ter contato
com essa disciplina. Uma brincadeira que amo fazer com minhas filhas é de
soprar com um canudo em um copo com água e sabão liquido, diversão garantida
com minhas pequenas, elas acham superinteressante fazer com que muitas
bolhinhas “cresçam” dentro do copo. Brincar com água na bacia inicia a criança
a entender sobre densidade, peso, flutuação, mesmo antes da escola falar sobre
isso.
É um
engano pensar que o brincar é somente feito com movimentos amplos, corre-corre
e muita agitação. A ludicidade usa o que é natural em cada um de nós, a busca
pelo prazer, para oferecer acesso ao conhecimento. Importante citar que prazer,
não está restrito à sexualidade, mas, está ligado à necessidade de fugir
daquilo que nos causa dor e sofrimento.
O
desprazer causado por horas a fio numa banca escolar torna esse processo um ato
de tortura para a criança que aprende parecendo que a escola matriculou apenas
o cérebro da criança, esquecendo que é através do brincar e da expressão motora
que a criança interage, aprende e vive.
E
diante desses fatos, os pais e as escolas devem e podem buscar inserir a
criança de forma integral ao fenômeno de ensino-aprendizagem, usando o que de
mais natural há nas pessoas: a interação com o mundo através da experimentação,
usando seus sentidos e membros, e a melhor maneira de pais e professores
conseguirem mediar esse processo é através da ludicidade, da brincadeira.
Faz
parte das atribuições dos pais e dos professores, conduzirem as crianças às
descobertas, ao entendimento e ao prazer pelo conhecimento. Mas, durante o
processo ensino-aprendizagem, algumas dificuldades se apresentam - o que leva
frustração aos dois lados do processo.
A
falta de identificação da criança com os conteúdos e com a forma de trabalho
são identificadas de maneira errônea – muitas vezes - como Dificuldades de
Aprendizagem, e tratadas de forma medicamentosa. Essas dificuldades sempre são
tidas como vindas das crianças, mas em psicopedagogia, a orientação é sempre observar
as extremidades da relação da criança com o conhecimento, ou seja, família e
escola. Se não houver nenhum problema nesses dois setores, aí sim começa a
investigação na criança.
Diante
de tal realidade, a ludicidade pode se tornar uma ferramenta pedagógica
importante, promovendo uma aprendizagem mais dinâmica, participativa e, em
conseqüência, mais eficaz, auxiliando, de forma significativa, a aprendizagem
de crianças com dificuldade - por dar
uma maior liberdade de interação da criança com o aprendizado, por introduzir
de forma envolvente, elementos como o jogo, o brinquedo, a música, a
brincadeira e os mais variados recursos que, unidos ao processo de
ensino-aprendizagem, tornam a aprendizagem mais agradável, encantadora e
qualitativa.
E então vamos brincar?
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