quinta-feira, 11 de agosto de 2016

A infância e sua militância contemporânea



A INFÂNCIA E SUA MILITÂNCIA CONTEMPORÂNEA



Muito tem se falado sobre crianças e infância... Romantismo? Infância época feliz? Para quem?


Atualmente, temos observado uma avalanche de pontuações sobre ser criança, sobre a infância, sobre o exercício das funções parentais... Desde a época de minha graduação, em conversas com minha amigas, questionávamos alguns paradigmas que atribuíam a infância um período exclusivamente feliz do desenvolvimento. Do nosso ponto de vista de adulto parece que fazemos uma relação direta entre ser criança e ser feliz, mas ao resgatarmos nossas memórias da época de infância vamos acessar registros que nos mobilizavam a querer ser "logo"adultos, não era bem assim?




O que justificaria então tamanho idealismo? Talvez a possibilidade em tornar a nossa infância póstuma mais alegre; talvez a oportunidade em oferecer as crianças uma sonhada infância... Enfim, muitos devem ser os motivos que nos levam a idealizar a infância e as crianças, inclusive pelas expressões e expertises que os pequenos nos aprontam...


Embora a infância se caracterize como uma etapa do desenvolvimento humano que requer saberes e cuidados específicos, tanto pela imaturidade biológica quanto pelas questões emocionais e relacionais, não podemos nem subestimá-las e nem superestimá-las... Não é incomum ambas as situações. A infância e as crianças têm sido alvo de grandes devaneios, o que não favorece o pleno desenvolvimento da infância e de suas potencialidades nos moldes de interações contemporâneas.


Sim, a ludicidade torna o ser criança muito interessante e cheio de possibilidades, mas não devemos fazer mal uso dela. O caráter de liberdade que atribuímos a infância não me parece coerente. O que de fato está em jogo é o caráter de não responsabilização que a infância exige. Isto é, as crianças não são responsáveis por elas mesmas... E isso, muitas vezes, seria um desejo do adulto, delegar suas responsabilidades a outrem. Isto pode indicar o porque idealizamos tanto a infância enquanto "época boa"; "a gente era feliz e não sabia". Destaco isso porque acontece exatamente o contrário... As crianças vivem contando os anos de vida para serem adulto, talvez porque fantasiem que somente assim farão o que quiserem.. Ou seja, serão livres.





Não sei se irão concordar, mas temos ofertado às crianças padrões um tanto difíceis de relacionamentos... Ou as infantilizamos (prolongando o tempo dos comportamentos relativos aos bebês) ou as "adultizamos" (fortalecendo a exímia e rígida educação) ... Ou as robotizamos (diante dos excessivos estímulos eletrônicos) ou as "socializamos" (com altos níveis de exigências de habilidades sociais)... Notem, ser criança não é e nunca foi tarefa fácil...



Nossa infância, me parece, está sofrendo excesso de tudo: idealização; problematização; romantização; menos de excesso de real atenção!!

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Zaíra Mendonça
Psicóloga/Psicoterapeuta zairamendoncapsi@gmail.com
(82)99985-8703




Um comentário:

  1. Arrazou!
    Precisa de uma tenção real, a qual que dá trabalho, que custa tempo, que educa... Mas é difícil, trabalhoso... Depois não entendemos o Pq de tanta coisa errada!.

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